CUIDADO! Este post foge da proposta do blog. Fala um pouco do lado não tão belo da vida, mas as vezes necessário. Acredito no equilíbrio, pois se tudo fosse belo, o belo perderia o seu valor. Se tudo fosse bem, e não houvesse o mal, também não haveria o bem...
Solidão que nada. As vezes é um pouco pior. É um pedaço do meu ser que me é arrancado. Não sou o mesmo que eu era ontem. Sou apenas a metade. Mas nem isso chega a ser ruim. Pois a metade que ficou foi a metade que estava apodrecendo. A metade que não tinha alegria própria. A metade que estava ficando vazia.
Corta-se a metade boa para tentar salvá-la. E a metade ruim, que ficou comigo, talvez possa voltar a ter o sentido de unidade. Talvez possa voltar a ter alegrias por si própria, sem depender da outra metade.
Mais que dói, dói... Muito.
"Ó pedaço de mim, ó metade afastada de mim
Leva o teu olhar, que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento, é pior do que se entrevar.
Ó pedaço de mim, ó metade exilada de mim
Leva os teus sinais, que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco e evita atracar no cais.
Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim
Leva o vulto teu, que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto do filho que já morreu.
Ó pedaço de mim, ó metade amputada de mim
Leva o que há de ti, que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada no membro que já perdi.
Ó pedaço de mim, ó metade adorada de mim
Lava os olhos meus, que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo a mortalha do amor, adeus."