Páginas

3 de outubro de 2011

Personagens da vida

As vezes tenho a impressão de que sou um personagem vivendo a minha vida. Um personagem de um romance, desses contados em terceira pessoa por um narrador onisciente. Acho que isso deve acontecer com outras pessoas também. Essa impressão é mais forte quando eu olho para o passado e penso em coisas que vivi, decisões que eu tomei, e que as vezes não sei explicar a razão (ou o sentimento). Paro pra pensar: "como foi que eu consegui fazer isso" ou " o que eu tinha na cabeça quando tomei tal decisão". É engraçado perceber que a cada dia que começa, o meu personagem evolui, aprende e muda. Mas nem tanto que perca suas origens.

A única coisa ruim de ver minha vida como se eu fosse um personagem de romance, é perceber que muitas vezes a história é sem graça. Não há grandes reviravoltas ou surpresas e a vida acaba passando, sem que ninguém perceba. A semana começa, no trabalho são os mesmos desafios de sempre (na verdade o desafio é continuar trabalhando), em casa algumas coisas para arrumar, um livro para ler. Não há nenhum dragão para matar ou princesa para salvar e a minha casa é o meu castelo e a minha prisão.

 Grande parte das emoções e alegrias que vivo na minha história, são proporcionadas pelos meus amigos, companheiros de jornadas e pelos meus amores. Gosto da companhia deles. E é nessas horas que parece que a história da minha vida passa rápido... Quase voa! Dedico tempo, carinho e atenção. E com isso espero construir bons relacionamentos. '

Mas as vezes nossas histórias não estão sincronizadas com as dos demais personagens que vivem suas próprias histórias. Acho que nessas horas temos que tomar cuidado para não transformar a nossa história em uma novela mexicana. A menos que vc goste de uma (o que não é o meu caso). Gosto de uma história sem complicações - ou ao menos não vou criar mais complicações do que a vida já traz pra mim. E sigo procurando meus dragões para matar, os tesouros para encontrar e a princesa para conquistar...

Um comentário:

Anônimo disse...

O pior que a minha casa também é meu castelo e minha prisão. Seu Post me fez refletir e tomar consciência disso.

Eu não sei o que é pior, não ter consciência ou ter e não puder mudar os status quo.

Ser ou não ser, eis a questão.