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13 de janeiro de 2004

A espera de um amor

Dois amigos se encontram na rua, um deles aparentando estar chateado. Após se comprimentarem o amigo pergunta para aquele que parece estar chateado:
- O que houve cara? Seu olhar parece tão distante

Paulo sorri um sorriso amarelo e explica ao amigo:
- Tenho me sentido meio vazio ultimamente.
- Vazio? Eu percebi que você emagreceu um pouco, mas não foi tanto assim - diz sorrindo o amigo de Paulo.


Apesar da brincadeira do amigo, Paulo não ficou animado. O vazio que ele sentia era grande.
- As vezes bate um desânimo, sabe como é? É normal. Acho que é falta de esperança. A vida sem esperança parece vazia, não acha?
- Acho que eu discordo de você...


Antes que o amigo pudesse falar alguma coisa Paulo recomeça a falar, em um tom um pouco mais grave.
- Ah é? E como você explica a esperança? Esse parasita que alimentamos e que quando nos deixa leva tudo!
- Ei amigo calma ai! Não é bem assim.
- É mesmo, você tem razão. Acho que estou me exaltando. Mas o fato é que eu alimentei demais a minha esperança. Alimentei ela com a minha fé, com meu amor. E de tanto esperar eu comecei a cansar, e agora a esperança se foi, levando junto com ela tudo que eu tinha. Me deixou sozinho.
O amigo percebe que já se sentiu assim e tenta reconfortar Paulo.
- Mas a culpa não é da esperança. Ao contrário do que você pode achar a esperança não é um parasita que se alimenta dos seus sentimento e depois vai embora.
- Então como você explicaria a esperança?
- Pra mim ela é algo que alimentamos sim, mas em troca a esperança fortalece os nossos sonhos.
- E por que ela se vai? Por que a esperança nos abandona?
- A verdade é que ela também perde a força e outros sentimentos acabam se sobrepondo.
- É... Acho que a ansiedade e a tristeza tomaram conta de mim.


Ambos ficaram em silêncio alguns instantes. O amigo de Paulo gostaria de vê-lo feliz novamente. E Paulo refletia sobre o que o amigo disse, tentando resgatar um pouco da esperança que ele perdeu.

Alguns instantes depois Paulo nota um pequeno barulho e percebe que seu celular está tocando. O amigo nota o brilho nos olhos de Paulo. É ela que esta chamando. A esperança.

Escrevi esse diálogo após ler um post no Jesus, me chicoteia! . O post criticava a esperança. Mas a vida sem a esperança não parece um pouco vazia? Eu particularmente prefiro esperar alguma coisa do que viver sem nenhuma expectativa, viver por viver. No post original a esperança é colocada como um parasita que se alimenta de nós e depois nos abandona. Acho que a relação entre nós e a esperança não é parasitismo e sim uma simbiose, agente alimenta a esperança e ela fortalece nossos sonhos.

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