Páginas

20 de janeiro de 2004

Filmes da semana

Adoro filmes e música. Acho que se não fosse por isso eu seria uma pessoa mais triste. Nesses últimos dias eu assisti dois filmes bons: Abaixo o amor e Encontros e desencontros. O primeiro é uma homenagem as comédias românticas "apimentadas" dos anos 60 e segue os moldes dos filmes da época, mantendo o cenário nos anos 60 com um visual bastante teatral com as cores vibrantes do Technicolor da década.

A história gira em torno das diferenças entre os homens e as mulheres nos relacionamentos e no mercado de trabalho. A proposta é a de que as mulheres deveriam desvincular o amor do sexo, desta forma não dependendo mais dos homens, se tornando iguais a eles. Enfim, acho isso um tanto enganador. É difícil separar o racional do emocional. Os homens tentam. As mulheres nem costumavam tentar. Mas no final das contas está tudo diretamente relacionado. Sexo sem amor? Só por algum tempo, depois perde a graça. Amor sem sexo? Só amor platônico ou fraterno.

O segundo filme, Encontros e desencontros, eu assisti a pré-estréia no cinema. Um filme mais denso, que aborda solidão, amizade e amor. Tem alguns toques de comédia mas para mim está mais próximo ao drama. Bill Murray está muito bem no papel de um astro decadente que viaja para o Japão para gravar um comercial de whiskey. Bill Murray me conquistou como fã depois de sua atuação em "O Feitiço do Tempo", um dos meus filmes prediletos.

A trama é a seguinte: o personagem de Bill Murray, Bob Harris, fica hospedado em um hotel enquanto está no Japão, onde também está hospedada a personagem de Scarlett Johansson, Charlotte. Ambos compartilham de algumas características: estão solitários em uma cultura totalmente diferente da que eles conhecem, sem nenhum ponto firme para lhes oferecer apoio. Ambos sofrem de insônia por conta da diferença de horários. Mas as semelhanças não vão muito longe. Harris está em fim de carreira e casado a muitos anos. Sua vida chegou a um ponto que deixa ele sem perspectivas.

Já Charlotte está do outro lado da vida. É bem mais jovem, mas também é casada. Não sabe o que fazer para atingir a realização profissional. O marido está um pouco distante e isso leva ela a algo como uma depressão.

Bem, o fato é que quando os dois personagens se encontram rola uma química inusitada. O filme fala sobre esse sentimento que fica nos limites da amizade e do amor, e que não pode ser facilmente traduzido através de palavras.

E o que há em comum nesses dois filmes? Quase nada. Abaixo o amor é um filme mais leve, não deixando de ser inteligente. É um dica minha para assistir em casa. Já Encontros e desencontros é um filme mais cabeça, um pouco pesado, mas é um grande filme e merece ser assistido.

Nenhum comentário: