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16 de janeiro de 2004

Um jovem no metrô

Ontem sai do trabalho tarde e fui pra casa meio cansado. O dia não tinha sido como eu esperava. No caminho para chegar no metrô mais uma surpresa: começou a chover. Já tinha me esquecido de como eram as coisas aqui na terra da garoa. Logo pensei "e o guarda-chuva? Ficou em casa".

Completamente molhado eu cheguei ao Paraíso. É claro que eu to falando da estação do metrô. Um pequeno desanimo começava a tomar conta de mim. Entrei no vagão e procurei algum lugar pra sentar. É engraçado observar as pessoas que andam pelo metrô, dá pra escrever uma crônica sobre os tipos que você encontra no metrô. Mas eu não estava querendo observar ninguém. Tirei um livro da minha pasta e me coloquei a ler. Pra só depois perceber que uma dessas pessoas no metrô ia me fazer escrever esse post.

Próximo a estação que eu desço eu interrompi minha leitura. Estou quase terminando de ler o Mundo de Sofia. E posso dizer que da metade pro final a leitura ficou mais interessante e agora que está acabando eu não quero que termine. Deixando o livro de lado, olhei ao meu redor e notei uma figura que me chamou a atenção. A esperança estava lá.

Não, ela não tinha olhos verdes e não era uma mulher. Eu enxerguei a esperança através dos olhos de outra pessoa. Um jovem. Que me lembrou a mim mesmo, a alguns anos atrás. Um jovem indo encontrar sua amada, eu logo pensei. Era o que parecia. E a esperança de que desta vez nenhum coração seja partido.

Mas o que me levou a crer que este jovem estava indo ver sua amada? Flores. Mais precisamente rosas. Ele carregava um pequeno buquê. Não, não quero que você imagine aquela cena hollywoodiana, ou um clichê qualquer. Nada disso. O que me chamou a atenção era o fato de ser um jovem comum. Não era um principe encantado. Carregava um buquê simples com apenas 3 rosas. Parecia que ele tinha roubado de um jardim. Mas mesmo assim eram belas rosas.

Esqueci a chuva, esqueci o dia de trabalho, esqueci meu livro. Me coloquei a imaginar o que se passava na mente do rapaz. Quais seriam os seus anseios? Como não podia vasculhar sua mente, logo lembrei-me de quando eu mesmo estive naquela situação. Foi a muito tempo atrás. Estava no ônibus com apenas uma rosa vermelha para entregar para a menina mais bonita que eu conhecia. Ela não fazia nem idéia de que ia vê-la. Com apenas minha coragem e a esperança de conseguir conquistar seu coração, fui até o lugar onde ela fazia cursinho e a esperei, até perder a esperança de vê-la.

Será que para aquele jovem as coisas iriam dar certo? Tenho esperança que sim.

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