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29 de janeiro de 2004

Vida de cão

Cheguei em casa cansado. Bem, nem precisava falar do cansaço. Normalmente quando chego em casa estou assim. Acho que todas minhas energias são consumidas durante o dia. Mas é muito bom chegar em casa! Normalmente encontro meus pais e minha irmã em casa. Esta noite a casa estava vazia, mas não completamente.

Se tem uma coisa que eu adoro é abrir a porta e ser bem recebido. As pequenas coisas é que nos fazem feliz. E 3 pequenas coisinhas vieram me receber na porta de casa ontem. Os três me encheram de lambidas, balançando os rabinhos e fazendo a maior festa. E mesmo depois de um dia estressante consegui sorrir e retribuir o carinho que ele me deram. Adoro meus cachorros.

Meus não.. na verdade eles são da minha mãe. E eles adoram ela. É muito legal, quando ela ainda esta pra chegar em casa, ainda está parando o carro na rua, eles já percebem o barulho e começam a uivar de saudades. Mas ontem a noite minha mãe não ia voltar pra casa, pois estava viajando. Eles tiveram que se contentar comigo.. rs.

As vezes acho que eu queria ter uma vida de cão. Principalmente se eu conseguisse enxergar a alegria na vida da mesma forma que eles, que se contentam com tão pouco. Não precisam de carro novo, casa bonita, emprego, sucesso, casamento, etc. Um pouco de carinho e atenção é mais que o suficiente pra fazer com que eles fiquem abanando o rabinho de alegria.

Bem, eu sentei no sofá e fiquei pensando em como agente complica a vida. No meu colo estava o menorzinho dos meus cachorros. Em cima do sofa, deitada como o Snoopy estava a mais peralta. Segurando entre os dentes uma bolinha de tênis e esperando para brincar. Porém a mais inteligente dos 3 estava sentada ao meu lado. Me olhando. É engraçado como eles conseguem conversar com você mesmo sem dizer nada. Eu sabia o que ela queria. E ela me seguiu por toda a casa, tentando me chamar a atenção.

Toda quarta-feira minha avó passa lá em casa. E ontem ela não foi por causa da chuva. Toda quarta-feira minha avó leva os cachorros pra passear e era disso que minha cachorra sentia falta. Ela queria dar uma volta na rua e eu não resisti ao charme dela, me olhando e me pedindo. Mesmo cansado eu levei ela pra dar uma volta, na noite tranquila. Andando na rua, sentindo o perfume de dama da noite que vinha do jardim ao lado, enquanto ela cheirava os canteiros e passeava feliz da vida eu sorri pela segunda vez naquela noite e percebi como as coisas simples me fazem feliz. Basta ter paciência e perseverança para achá-las.

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